Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE)
Por Dr. Orlando Torres*
A doença do refluxo é o resultado do fluxo retrógrado de parte do conteúdo gastroduodenal para o esôfago. Aumenta progressivamente após os 40 anos e em ambos os sexos. O principal sintoma é a pirose que é a sensação de queimação retroesternal e ocorre entre 30 e 60 minutos após a refeição, especialmente alimentação gordurosa, condimentada e ácida. A endoscopia digestiva alta é o principal exame para o diagnóstico, é capaz de avaliar a gravidade e fazer biópsias. A endoscopia pode também diagnosticar a hérnia de hiato que á a passagem da transição esofagogástrica (linha Z) acima do pinçamento diafragmático. A Ph-Metria de 24 horas pode ser indicada naquelas situações onde não se observa esofagite endoscópica. Uma outra forma de diagnosticar a DRGE é o teste terapêutico (alívio dos sintomas com medicações para DRGE). Normalmente o tratamento é clínico. As medidas dietéticas (perder peso, alterar a alimentação), comportamentais, antiácidos, inibidores de receptores H2, inibidor de bomba de próton e procinético, apresentam bons resultados. A cirurgia está indicada para pacientes que não melhoram após o tratamento clínico bem realizado, pacientes com esofagite severa e hérnia de hiato maior que 3 cm, complicações da esofagite. A cirurgia é realizada por videolaparoscopia e consiste em recolocação do esôfago na cavidade abdominal, aproximação dos pilares do diafragma (hiatoplastia) e envolvimento do esôfago pelo fundo gástrico (fundoplicatura).
*Dr. Orlando Jorge Martins Torres: Professor Titular do Departamento de Cirurgia da Universidade Federal de Maranhão – UFMA – Chefe do Serviço de Cirurgia do Aparelho Digestivo do Hospital Universitário Presidente Dutra / Núcleo de Fígado