Quem não quer ser reconhecido, estimado, prestigiado, enaltecido, na sociedade que vive? Quem não gosta de ter seu trabalho, sua profissão ou outras atividades que exerce, reconhecidas e consideradas como importantes, pelos demais? Eis, um dos aspectos humanos, quiçá um dos mais importantes entre as aspirações humanas. A isso designaremos, prestígio social.
Trata-se de uma condição válida, natural e inspirada em um desejo intrínseco dos homens, de desfrutarem de apreço, reconhecimento e encômios, entre os demais, pelo que é ou faz na sociedade. É uma condição, que em geral, todos desejam, porém poucos merecem. Ter prestígio social é uma glória, produz uma enorme satisfação pessoal, é uma condição benemérita, é o reconhecimento, uma conquista. É um atestado que confirma o reconhecimento de seu mérito, e o valor sobre o que você faz ou fez. O prestígio social, se dá em um tempo e revela a interface com a sociedade, na perspectiva dos nossos papeis. Se relaciona, ao que cada um desempenha no grupo social do qual pertença.
Em Wikipédia, prestígio, descreve reputação, o que os outros sabem ou pensam sobre nós ou sobre o significado do que se faz. É também, uma designação que comporta diferentes significados, pois pode, em certo grau, ser contraditórios, e isso, dependerá do contexto sócio-histórico onde ele acontecerá.
Do ponto de vista sociológico, nós humanos, pertencemos, uns aos outros e a natureza, através dos quais, nascemos, crescemos e nos desenvolvemos. Originariamente, vivemos para, por, pelos, de, como e com os outros e, essa intrincada e complexa interrelação, se dá em um “locus” ou “ninho”ou ambiente, onde serão erigidas as bases fundamentais para a construção das pessoas e da nossa identidade social.
Nesse processo, serão definidas as condições que garantirão o nosso desenvolvimento, nosso crescimento e nosso bem-estar. É a condição essencial, indispensável, e a prerrogativa fundamental, da socialização de cada um. Isso ocorrerá no curso do nascimento à morte e é o caminho para os indivíduos, tornarem-se pessoa e cidadãos.
Como se sabe, esse conjunto de experiências, interpessoais, ocorrerá em um ambiente e provocará mudanças surpreendentes em nossa condição de indivíduos, reconstruindo-nos impreterivelmente a patamares sociais e civilizatórios mais elevados, tornando-nos pessoas. Pessoa, portanto, é um indivíduo socialmente construído, dotados de prerrogativas e particularidades que só a ele compete, sempre com os outros, em um ninho e com um sentido.
Eis a primazia do sujeito social. É aí que ele se insurge, entre outras coisas, a luta para se ter prestígio social, como condição de expressão coletiva, na perspectiva de um papel social importante, de valor e desfrutando do reconhecimento que lhe é atribuído pelo outro. Cada um, terá a partir dos papéis que exercemos na vida e em sociedade, que buscar o reconhecimento para se desfrutar, dispor dele, merecê-lo, ser respeitado, receber apreços pelo que faz.
O prestígio social, transcende os indivíduos, dentro de um contexto histórico e político, que a um só tempo, é uma das bases da cidadania e do seu significado. Prestígio social, é, portanto, uma prerrogativa que se insere da dimensão da cidadania, como função social e política em um determinado contexto histórico. É a história da contribuição social de cada pessoa e dos papeis que a mesma exerce na vida em sociedade.
Ser cidadão, é ser pessoa, é participar, é ter valor, é ter prestígio social, é construir juntos, é colaborar com o outro, é elabora planos conjuntos, é compartilhar, é ter fé pública, é honrar, é ter palavra, é ser confiável, é ser amável, é dá valor aos outros e a si mesmo, essa é a fundamentação de uma sociedade, que supera os interesses dos indivíduos, que supera a posse individual, de ser uma sociedade possessiva e passiva, uma sociedade anônima, autodestrutiva, uma sociedade escravagista e antidemocrática e que fomenta os interesses e a posse dos indivíduos, como algo fundamental.
Em geral, essa sociedade atual corrobora as prerrogativas descritas acima, não é generosa com as pessoas nem constrói cidadãos. Ela fomenta a individualidade, a possessividade, os interesses dos indivíduos. Promove o egoísmo, a discórdia, incentiva crimes, a desonra, o ódio, a revanche, a mal querência e o individualismo. Os humanos, originários dessa sociedade, nascem torpes, egoístas, e predispostos ao não compartilhamento, por isso mesmo, a cada dia consolida-se como uma sociedade fraca, fragmentada, frouxa, frágil e vazia, sem referências e de pessoas sem prestígio social.
Há, portanto, uma notória constatação, no mundo contemporâneo, a de se ter poucas pessoas que realmente desfrutem de prestígio social, pois vive-se em uma sociedade que predominantemente propugna as incongruências citadas acima. Como reconhecer o valor e o prestígio de alguém em uma sociedade onde a maldade, a roubalheira, a corrupção, o vilipêndio, a violência, o desamor, a mentira, a posse desvairada, a aparência, a corrupção, é sua tônica principal?
O prestígio social é um valor, é uma construção, inserido nas relações sociais, que não combina com isso que está aí. É algo que se conquista, se luta para tê-lo. Não se compra, não se vende, nem se negocia que ocorre em cada época e em cada ciclo de vida de cada sociedade.
Dependerá do esforço que cada um, da confiança que adquirir das pessoas, de honrar compromissos, de cumprir regras e normas de convivência social, de ser generoso, entre outras coisas são prerrogativas para se fazer jus, ao prestígio social. Os pressupostos acima contribuição para a construção do bem-estar social. Portanto, a dedicação, o empenho, a honradez, o compromisso, a responsabilidade social, a dedicação, o altruísmo, a competência, o zelo, são prerrogativas sociais fundamentais e indispensáveis para alguém desfrutar desse prestígio.